Mais rumores sobre continuações de "clássicos"

Em relação ao primeiro rumor, Roger Zemeckis, realizador do filme original, confessou em entrevista à MTV sentir-se intrigado pela possibilidade de aplicar as modernas tecnologias de animação a Roger Rabbit.

Em relação ao segundo, a Empire reuniu o elenco juvenil dos Goonies e obteve comentários discordantes em relação à possibilidade de uma continuação. Richard Donner (realizador) e Steven Spielberg (produtor executivo) acham impossível. Os actores Corey Feldman e Sean Astin mantêm a esperança. Quem quiser ver a rapaziada reunida, espreite aqui abaixo:

Afinal, nem tudo são remakes; Tomem lá a continuação de Wall Street

Parece que a originalidade já não é o que era e, em vez de procurar o novo, as grandes fábricas de cinema de Hollywood parecem mais interessadas em reinventar o que já foi feito ou em dar-lhe continuação décadas depois. Wall Street é mais um exemplo. O épico financeiro que Oliver Stone realizou em 1987 parece destinado a conhecer um segundo capítulo, igualmente pela batuta do realizador de Platoon e JFK. Michael Douglas regressará como Gordon Gekko, mudado pela sentença de prisão que se adivinhou no filme original, e, depois de Charlie Sheen, o jovem valor da alta finança passará a ser Shia LaBeouf. O projecto foi mencionado já em 2007 com o título Money Never Sleeps, mas, só depois de um par de anos de digestão, a Fox anuncia oficialmente a produção, sem referir títulos.

Brüno já tem cartaz (e que cartaz)

As Ruínas

Os filmes estúpidos não são novidade. Sempre existiram e, para mal dos nossos pecados, é provável que nunca deixem de existir enquanto houver cinema. Ou melhor, talvez seja positiva a sua existência. Os filmes bons continuariam a sê-lo sem termo de comparação? (pausa para explosões cerebrais provocadas pela ponderação desta questão filosófica de complexidade extrema) Indo directo ao assunto, As Ruínas é um exemplo perfeito de filme estúpido. Nem sequer é um filme estúpido consciente de o ser e assumido. Parte-se de uma premissa, que é esta: um grupo de jovens americanos a passar férias no México, acompanhados pelo amigo turista alemão, decide embrenhar-se na selva para explorar as ruínas de uma antiga pirâmide, contra as opiniões dos locais, que consideram o local nefasto. A premissa termina aqui. Segue-se o desenvolvimento. A pirâmide é um local nefasto porque... Não. Mesmo tratado-se de cinema idiota, não haverá spoilers por aqui. Mas posso dizer que o motivo é tão patético que dá vontade de chorar. E esse impulso de choro quando se percebe (uns 20 minutos depois do início), assinala o único momento em todo o filme que consegue provocar emoções de algum tipo, exceptuando alguns planos sangrentos que conseguirão suscitar um esgar de nojo. Quanto ao resto, porque não há qualquer desenvolvimento daí em diante, é o mesmo que olhar uma parede branca durante noventa minutos, mas consideravelmente menos interessante.

PS: Só mais isto. O elemento fulcral do enredo é tão imbecil que poderá ser facilmente deduzido a partir da fotografia acima.

Classificação:

The Ruins

De: Carter Smith

Com: Jonathan Tucker, Jena Malone, Laura Ramsey

Origem:

Ano: 2008

Trailer

Paper Heart (trailer)

In the Loop (trailer)

Algures na Escócia, esconde-se uma das maiores potências cómicas da Grã-Bretanha. Depois de anos a mostrar-se na televisão, o génio de Armando Iannucci chegou ao cinema.

Linha de Passe

Quem aqui vem com alguma regularidade recordará que ameacei perder a cabeça e fazer algo de que me viesse a arrepender se chegasse a Portugal mais um filme-favela, reprodução mais ou menos exacta da fórmula de Cidade de Deus. E eis que nos chega mais um filme brasileiro às salas de cinema. Pode ser que deixemos de os ter de cinco em cinco anos e prestemos maior atenção ao cinema oriundo da pátria do pão de queijo e do rodízio (alguém me reconheça o mérito de não ter falado em samba). Não será desta que terei de concretizar a ameaça. Realizado por Walter Salles (Central do Brasil e Diarios de Motocicleta), Linha de Passe não é um filme-favela, apesar de conter elementos de crime, pobreza e marginalização social. Não se fica por aí e constrói um mosaico de narrativas com pés e cabeça alicerçado em personagens sólidas (cortesia de um senhor elenco onde se destaca Sandra Corveloni, Melhor Actriz em Cannes) que, nos melhores momentos, consegue ser um grande filme por direito próprio. Agora, por acaso, marchava um pão de queijo. Ou dois.

Classificação:

Linha de Passe

De: Walter Salles, Daniela Thomas

Com: Sandra Corveloni, Vinícius de Oliveira, João Baldasserini

Origem:

Ano: 2008

Monsters vs. Aliens

Os prodígios da animação vão-se sucedendo e começa a tornar-se difícil achar neles algo de especial. Mesmo assim, acerca de Monsters vs. Aliens, diga-se que que a ideia é original, há bons momentos cómicos e o elenco de vozes confere valor acrescido ao filme. Estou, obviamente, a falar de Catarina Furtado e José Wallenstein, cabeças de cartaz da versão dobrada. Claro que sim.

Classificação:

Monsters vs. Aliens

De: Rob Letterman, Conrad Vernon

Com: Reese Witherspoon, Hugh Laurie, Will Arnett, Seth Rogen, Kiefer Sutherland, Rainn Wilson, Stephen Colbert (vozes)

Origem:

Ano: 2009

This is England

Que se lixem os escuteiros. Não há nada melhor para formar o carácter de uma mente em desenvolvimento do que a participação num grupo de skinheads. De skinheads originais, claro (os que ouvem música caribenha). E não de skinheads posteriores (que trocaram as influências musicais negras por influências teutónicas arianas menos melódicas). Por isso, fica o conselho para quem tiver filhos ou mesmo irmãos mais novos. É seguir o exemplo do pequeno Shaun, protagonista de This is England, e incentivá-lo a juntar-se aos skinheads da sua área de residência. Recomenda-se atenção porque é muito difícil (ou quase impossível) distinguir entre skinheads bons e skinheads maus à vista desarmada. Procure suásticas e pins dos Specials para ajudar a uma adequada identificação. Se precisar de bases teóricas, tente ver o excelente filme de Shane Meadows, que chega às salas portuguesas com 3 anos de atraso. Não surpreende que assim seja. Afinal, this is Portugal.

Classificação:

This is England

De: Shane Meadows

Com: Thomas Turgoose, Stephen Graham, Joe Gilgun

Origem:

Ano: 2006

The Hobbit clarificado por del Toro e Jackson

Guillermo del Toro (realizador) e Peter Jackson (produtor) explicaram à revista Empire que os dois filmes da adaptação cinematográfica de The Hobbit trarão para o ecrã apenas os acontecimentos relatados no livro (incluindo alguns referidos de passagem e sem narração directa), desmentindo que o segundo filme retratasse acontecimentos passados entre o fim da aventura de Bilbo Baggins e o início de The Lord of the Rings. O regresso de Tolkien aos cinemas está marcado para 2011 e 2012.

Qual engano na ilustração?

Histórias de Cabaret

Basicamente, existem dois tipos de filme falhado: o simples e o que contém mamilos e nádegas expostos. Com quantidades generosas destes dois elementos, Histórias de Cabaret é uma tentativa de retrato melancólico dos bastidores de um clube de strip nova-iorquino em crise (toca a todos), mas a diferença entre o que tenta e o que consegue ser é considerável, não passando de um aglomerado de momentos inócuos, desconexos e despropositados, com personagens que passam ao lado do carisma desejado e, em alguns momentos, se aproximam perigosa e irreversivelmente do disparate. Nem a reputação de virtuoso do realizador nem o peso inegável do elenco consegue fazer algo para impedir o navio de afundar e, quando assim é, salve-se quem puder.

Classificação:

Go Go Tales

De: Abel Ferrara

Com: Willem Dafoe, Bob Hoskins, Matthew Modine

Origem:

Ano: 2007

Os Estranhos

É tão irritante quando recebemos visitas indesejadas e não conseguimos livrar-nos delas por mais que tentemos. Mais irritante se torna quando as visitas indesejadas usam máscaras bizarras, vêm armadas com uma panóplia de objectos cortantes e parecem determinadas em estragar-nos o dia ou a noite de forma traumática e possivelmente dolorosa. E nem elfas adoráveis como Liv Tyler conseguem escapar ao tormento. Como se as coisas não fossem já suficientemente desagradáveis com o vexame de rejeitar uma proposta de casamento do namorado. (Estavas a pedi-las, pá. Que te levou a pensar que podias roubar a miúda ao Aragorn? Achas que bastará ter um nome fantástico como Scott Speedman para a impressionar? Desengana-te. É filha do Sr. Aerosmith. Já deve ter visto muito melhor.) Voltando à normalidade possível. Não falta atmosfera a um filme que poderá não ser tão baseado em história verídica como a promoção deu a entender e os saltos da cadeira têm alguma regularidade. Não trará nada de novo ao género, mas, para quem procura novidades, parece que há um hipermercado especializado nelas.

Classificação:

The Strangers

De: Bryan Bertino

Com: Liv Tyler, Scott Speedman, Gemma Ward

Origem:

Ano: 2008

O maravilhoso mundo do cinema cristão

Antichrist, de Lars Von Trier

Appaloosa

É verdade que não se fazem tantos westerns como noutros tempos, mas, décadas depois de John Ford e John Wayne cavalgarem rumo ao sol poente, não deixa de ser curioso que os poucos que se vão fazendo consigam ter tanto interesse. Appaloosa é mais um exemplo. Numa cidade do Oeste selvagem, dois pistoleiros são contratados para pôr ordem num rancheiro sem respeito pela lei e, ainda por cima, com o desplante de se armar em Jeremy Irons. São eles Virgil Cole (Ed Harris), rápido no gatilho e muito lento a perceber como é inconstante o coração a sua amada, a bela Allie French (Renée Zellweger ligeiramente menos irritante do que é habitual), e Everett Hitch (Viggo Mortensen), leal companheiro e dicionário humano, colocando os canos gémeos da espingarda e o extenso vocabulário ao serviço do primeiro. Segundo filme realizado por Ed Harris, depois de Pollock, com apetitoso travo a tumbleweed e desempenhos tão sólidos que se poderia construir um saloon sobre eles. Uma ideia: Tratando-se de adaptação de um romance de Robert B. Parker e existindo mais dois volumes na série, venham de lá mais dois filmes com a mesma receita porque soube a pouco.

Classificação:

Appaloosa

De: Ed Harris

Com: Ed Harris, Viggo Mortensen, Jeremy Irons

Origem:

Ano: 2008

Nova imagem de The Expendables (a primeira divulgada oficialmente)

Eric Roberts e o wrestler/actor Steve Austin com um fogaréu do caraças.

Chamo a vossa atenção para a magnífica subtileza de tradução

Se pestanejarem, é possível que vos escape.



Mas...

Primeiras fotografias das filmagens de The Expendables

Mais aqui.

Mais um cartaz de Where the Wild Things Are de Spike Jonze

Das filmagens de Iron Man 2: Tony Stark de charuto e lancheira(?) e James Rhodes ao telefone

Alvíssaras a quem souber que tipo de sandes leva o Homem de Ferro na sua estilosa lancheira temática. Mais aqui.

Novo Freddie Krueger já tem cara

Agora com confirmação oficial depois dos rumores, o sucessor de Robert Englund será Jackie Earle Haley (Little Children e Watchmen), actor que já provou grande potencial para ser tão sinistro como Freddie Krueger exigirá. A recriação de A Nightmare on Elm Street será realizada por Samuel Bayer, um estreante nas longas metragens com uma longa lista de vídeos musicais e anúncios televisivos no currículo, a partir de argumento de Wesley Strick (Aracnophobia, Wolf, The Saint). O pesadelo estará de volta lá para 2010.

Autocarro 174

Exercício de contextualização (justificação?) do sequestro do autocarro 174 no Rio de Janeiro em 2000, partindo de uma recriação biográfica dos antecedentes do sequestrador. Já percebemos que o Rio de Janeiro é uma cidade muito violenta, povoada por marginais que dizem muitos palavrões, se dedicam a actividades pouco edificantes e não têm grande respeito pela vida humana. A sério. Também já percebemos que é fácil transformar matéria-prima tão rica em filmes-choque. Mas o próximo filme de favela a repetir a fórmula de Cidade de Deus fará com que me dedique pessoalmente a uma vida de crime como represália. Bruno Barreto, põe-te a pau.

PS: Agora também traduzimos títulos em português? Perfeito.

Classificação:

Última Parada 174

De: Bruno Barreto

Com: Michel Gomes, Chris Vianna, Marcello Melo Júnior

Origem:

Ano: 2008

O Lago Perfeito

As probabilidades de alguém ser atacado por um vampiro são francamente reduzidas. O mesmo é válido para ataques de lobisomens, múmias vingativas, hordas de mortos-vivos e monstros de configurações diversas (incluindo os que são construídos por cientistas lunáticos a partir de pedaços de cadáveres). Quanto às probabilidades de perseguição por um Jack Nicholson tresloucado e munido de machado pelos corredores de um hotel isolado por muitos metros de neve, tornam-se cada vez menores com o envelhecimento do actor e com o aquecimento global. As hipóteses de dano aumentam de forma exponencial quando a ameaça é um dos maiores flagelos da sociedade moderna. Refiro-me, claro, aos grunhos, sobretudo na sua forma adolescente. Partindo de premissa tão assustadora e verosímil, Eden Lake, acerta em cheio não apenas na temática e no tom, mas também na concretização. Por baixo do sangue e da imundície, há momentos em que se consegue reconhecer Kelly Reilly, a Wendy de Residência Espanhola e Bonecas Russas, e um Michael Fassbender muito melhor alimentado do que em Fome.

Classificação:

Eden Lake

De: James Watkins

Com: Kelly Reilly, Michael Fassbender, Jack O'Connell

Origem:

Ano: 2008

Aquele Querido Mês de Agosto vence festival de Buenos Aires

Um dos mais interessantes filmes portugueses dos últimos anos venceu o prémio de Melhor Filme do concurso internacional do BACIFI, festival internacional de cinema independente de Buenos Aires. Parabéns a quem são devidos e um pedido de merecida reposição nas salas.

Uma galeria inteira de fotografias de Inglourious Basterds

Na Vanity Fair.

Brüno

Che - Guerrilha

Che Guevara foi uma personagem de tal forma complexa que seria impossível fazer-lhe justiça num único filme e foi por isso que se optou por dois. Verdade? Treta. O único motivo para termos uma biografia filmada em duas partes é a vontade de Steven Soderbergh de fazer parecer o seu retrato bipartido mais grandioso do que é. Temos um capítulo dedicado à revolução em Cuba (a ascensão) e outro dedicado à experiência guerrilheira na Bolívia (a queda) apenas porque sim. Também poderíamos ter perfeitamente um capítulo intermédio sobre a aventura africana (Che in the Jungle), para alcançar a sempre cobiçada trilogia, ou mesmo uma recriação dos seriados cinematográficos de outros tempos, com novo capítulo das aventuras do remexido argentino de dois em dois meses, transformando-o no Rambo do quadrante ideológico oposto. Há figuras históricas igualmente complexas e marcantes que foram retratadas de melhor forma num único filme e, pensando melhor o projecto, talvez Che tivesse mais conteúdo e se assemelhasse menos a uma dramatização de acontecimentos verídicos que, demasiadas vezes, é excessivamente exaustiva para o seu próprio bem. Porque se trata da segunda parte do mesmo filme, não há nada de novo a dizer sobre Che - Guerrilha. A maior novidade é o breve vislumbre do nosso Joaquim de Almeida no papel de ditador boliviano que fala em portunhol (com tanto actor hispânico no elenco, ninguém avisou a produção de que aquilo não é propriamente espanhol?), provando uma vez mais que consegue interpretar como ninguém vilões latino-americanos cujas sobrancelhas foram destruídas em acidentes trágicos.

Classificação:

Che: Part Two - Guerrilla

De: Steven Soderbergh

Com: Benicio Del Toro, Demián Bichir, Rodrigo Santoro

Origem:

Ano: 2008