27.5.09

Zack e Miri Fazem um Porno


Ah a pornografia... Quem não sonhou já em interpretar um papel num filme pornográfico? De entregador de pizzas sedento de brincadeira, de dona-de-casa com a máquina de lavar avariada e com uma certa ânsia marota ou mesmo de agricultor ingénuo com simpatia demasiada pelo burro da quinta. Mas não é para todos, como acabam por descobrir os dois protagonistas de Zack e Miri Fazem um Porno. Às vezes por falta de flexibilidade, garganta ou centímetros. Outras vezes, por razões sentimentais. A segunda saída de Kevin Smith do seu universo suburbano View Askew (depois do malogrado Jersey Girl) cumpre os mínimos exigidos, sem deslumbrar, e a concretização de uma premissa muito promissora acaba por desiludir, mesmo que seja perceptível o esforço. Elizabeth Banks está muito bem, Seth Rogen começa a ameaçar vezes demais a sua integração na sobrepovoada categoria dos actores que apenas sabem fazer de si próprios (funcionando melhor nalgumas ocasiões do que noutras) e Jason Mewes, companheiro de Kevin Smith na dupla Jay & Silent Bob, continua a alimentar o merecido estatuto de génio incompreendido.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho4-5b.gif

Zack and Miri Make a Porno

De: Kevin Smith

Com: Seth Rogen, Elizabeth Banks, Jason Mewes

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/us.gif

Ano: 2008

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À Noite, no Museu 2


Não é correcto avaliar em termos absolutos À Noite, no Museu 2 (ou o capítulo que o antecedeu). Quem tentar fazê-lo, encontrará muito de que se queixar: uma narrativa demasiado linear, um enredo demasiado simplista, diálogos e situações tontos. É melhor não ir por aí e avaliar a coisa pelo que é: um divertimento infanto-juvenil muito conseguido, com uma categoria no elenco ausente de boa parte das produções "adultas" e que consegue não aborrecer e manter uma faceta didáctica (afinal, é mesmo verdade que a tradução mais correcta de "Ivan, o Terrível" é "Ivan, o Assombroso"). Além disso, tem um polvo gigante. Só isso vale dois pontos. Pela Amy Adams, leva outro.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho4b.gif

Night at the Museum 2: Battle of the Smithsonian

De: Shawn Levy

Com: Ben Stiller, Hank Azaria, Amy Adams

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/us.gifhttp://inepcia.com/cinemateca/ca.gif

Ano: 2009

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'77

26.5.09

Três microclips de The Imaginarium of Doctor Parnassus

Para quem quiser um cheirinho (ou três cheirinhos) do novo filme de Terry Gilliam, incluindo aparições breves de Heath Ledger e Christopher Plummer e de cenários virtuais e reais com muito bom aspecto.




24.5.09

Das Weisse Band de Michael Haneke vence Palma de Ouro em Cannes



Em dia de vitória portuguesa, com o prémio de melhor curta-metragem a ir para Arena, de João Salaviza.

22.5.09

Amazing Grace


Reconstituindo a vida de William Wilberforce, político inglês que foi um dos maiores responsáveis pela abolição da escravatura no império britânico, Amazing Grace não é grande coisa como filme. Como dramatização didáctica, no entanto, terá os seus méritos. Do início ao fim, quase não há momentos que não estejam preenchidos por personagens a fazer discursos inflamados (quer sejam discursos assumidos ou apenas conversas "familiares" em tom de comício) e, mais do que produzir uma obra cinematográfica sólida, a intenção parece ter sido convencer-nos de que a escravatura é um grande mal. E é, realmente. Por isso, porque não fica muito mais de um filme com alguns desempenhos bastante convincentes (não é o caso de Ioan Gruffudd, que nunca consegue conferir humanidade a uma personagem que é apenas a sua mensagem política e humanitária) e com diálogos demasiado trapalhões, que fiquem os aspectos pedagógicos, dirigidos sobretudo a todos os que ainda mantém escravos agrilhoados nas suas plantações. Vocês sabem quem são. Deixem-se disso.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho3b.gif

Amazing Grace

De: Michael Apted

Com: Ioan Gruffudd, Romola Garai, Michael Gambon

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/gb.gifhttp://inepcia.com/cinemateca/us.gif

Ano: 2006

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No Limite do Amor


Indo directo ao assunto: Imaginem um Atonement com a solidez narrativa da Dica do Lidl. Pensem em Keira Knightley no seu melhor (em Atonement) e imaginem como seria no extremo oposto. Ou então, se não conseguirem imaginar, arrisquem ver este No Limite da Paciência... perdão... do Amor. Tentem resistir a passar pelas brasas, depois de abdicarem de tentar encontrar algum propósito na sucessão desconexa de episódios vagamente dramáticos e de diálogos superficialmente emotivos, unidos a martelo por uma realização agoniante. Percebam que falharam quando acordarem no momento musical seguinte, tornando a adormecer logo que o volume sonoro volta a reduzir-se. "Make love to me", diz Keira a Cillian Murphy num beco, durante bombardeamento nazi, e com chamas em pano de fundo. E apetece gritar ao ecrã: "Não me fodam o juízo, está bem?"

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho1-5b.gif

The Edge of Love

De: John Maybury

Com: Keira Knightley, Cillian Murphy, Sienna Miller

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/gb.gif

Ano: 2008

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21.5.09

Declaração

Este blog, que apenas pode chamar-se "a cinemateca deu cabo de mim" porque a Cinemateca existe, endereça sentidas condolências aos familiares e amigos de João Bénard da Costa.

19.5.09

Atentai, senhores: temos Loki.


Enquanto a identidade do protagonista de Thor de Kenneth Branagh permanece no segredo dos deuses (nórdicos?), a divisão cinematográfica da Marvel anunciou ontem que o vilão do filme, o pérfido Loki, será interpretado por Tom Hiddleston. O jovem actor inglês contracenou com Branagh nos palcos numa produção londrina de Ivanov de Checkhov e reencontra-o agora como realizador. Assim de repente, parece perturbado qb.

Aviso: o trailer que se segue é absolutamente elementar

18.5.09

Thor já terá protagonista?

Diz-se por aí que a cara de Thor no cinema poderá ser esta:



Palmadinha nas costas a quem o reconhecer de uma prestação breve mas memorável como pai do comandante Kirk em Star Trek.

17.5.09

Anjos e Demónios


Habitualmente, quando a adaptação cinematográfica de um livro consegue ser fiel ao espírito da obra original, isso será um elemento a seu favor. No caso de Anjos e Demónios, o máximo a que se poderia aspirar seria que o filme atingisse os mesmos níveis de idiotia do livro e aí o sucesso foi total. Talvez esteja a ser injusto e Anjos e Demónios seja um livro excelente ou, pelo menos, não tão horrível como seria capaz de jurar que é. Seja como for, não quero transformar um arremedo de crítica cinematográfica num simulacro de crítica literária. Voltemos ao filme. Há uma conspiração para destruir a Igreja Católica e esta vê-se forçada a recorrer, em desespero, aos préstimos de Robert Langdon, um homem que não vai à missa todos os domingos e que nem sempre reza o terço. Há uma beldade coadjuvante, um pérfido vilão subalterno, a soldo de um génio malévolo cuja identidade permanecerá secreta até ao fim, e uma sucessão de enigmas e pistas que culminam num final apoteótico (soa familiar?). Há também inúmeros elementos de comicidade involuntária. O padre a ocupar o cargo de camerlengo (reservado a cardeais). A necessidade que Langdon parece sentir de traduzir para inglês expressões e palavras em italiano para facilitar a compreensão de interlocutores italianos. O facto de um especialista em simbologia e iconografia religiosa (que não se cansa de referir a insistência em ser admitido nos arquivos da Santa Sé para consultar documentos) não saber ler latim. A busca demorada de obras de arte e marcos arquitectónicos que vêm referidos em qualquer guia turístico. Tom Hanks deixou de tentar lá pelo segundo Óscar e Ewan McGregor precisaria de financiar nova expedição de mota por paragens exóticas. Que lhe faça bom proveito.

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Angels & Demons

De: Ron Howard

Com: Tom Hanks, Ewan McGregor, Stellan Skarsgård

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/us.gif

Ano: 2009

Trailer

15.5.09

Cartaz de The Expendables

De e com Sylvester Stallone e com todos os actores vivos que alguma vez protagonizaram um filme de acção ou andaram perto disso.




14.5.09

By the power of muuuuuuuuuuuuuu!

E agora... (rufo) adivinhas.

Qual é coisa qual é ela que tem chifres e trabalha como cozinheiro de um típico diner americano num filme chamado The M_n_t_ur Takes a Cigarette Break, com realização recém-anunciada de John Stevenson, o mesmo de Kung Fu Panda?

Qual é coisa qual é ela que fez a alegria de muita criança durante a década de 80, mesmo com a animação terrível (mas com um felino cobarde que se transformava em tigre de batalha e um vilão com cara demasiado ossuda), e que, depois de uma primeira adaptação inenarrável, regressará ao cinema também pela mão de John Stevenson num filme chamado Grayskull?

Bah! Humbug!

Mais cedo ou mais tarde, era inevitável que o Cântico de Natal de Charles Dickens regressasse aos ecrãs. E seria uma boa aposta referir Robert Zemeckis como possível realizador. Quanto ao primeiro nome no elenco, dificilmente poderia ser outro.


Como exercício divertido, podem tentar adivinhar em que época de 2009 estreará.

13.5.09

Tyson


Ouvir e ver Mike Tyson durante hora e meia é um tormento. A sua imensa carreira desportiva construiu-se numa actividade que dura minutos ou mesmo segundos de cada vez e onde não há espaço para grandes verbalizações. Por algum motivo incompreensível (provavelmente explicado pela tal magia do cinema de que se fala), o documentário de James Toback é algo de muito diferente. E que não haja dúvidas. Trata-se precisamente de ver e ouvir Mike Tyson durante hora e meia. Ouvi-lo falar sem cessar com aquela dicção horrenda e vê-lo mais perto do que qualquer pessoa sã e amante da sua integridade física conseguiria suportar sem o ecrã pelo meio (os únicos momentos de pausa são preenchidos com imagens de um pugilista vagamente parecido com aquele quarentão calvo e de cara tatuada a espancar pessoas igualmente volumosas e assustadoras com efeitos quase sempre devastadores). De alguma forma, ver e ouvir este homem que, nos seus melhores momentos, é "apenas" assustador consegue tocar-nos. E perturbar-nos. E enojar-nos e assustar-nos e enternecer-nos. E deixar-nos incrédulos e rendidos perante a forma como a mesma pessoa consegue ser, em simultâneo, tão temível e tão tremendamente patética.

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Tyson

De: James Toback

Com: Mike Tyson

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Ano: 2008

Trailer

Van Damme regressa em adaptação de Jane Austen


Não. Estava a brincar. Depois do curioso e autobiográfico (mais ou menos) JCVD, o saco de músculos mais afamado de Bruxelas e arredores (mostrado na fotografia a resolver um problema de torcicolo a um amigo) regressa ao género que o lançou para a ribalta com um pontapé dirigido à traqueia. O projecto chama-se Weapons e narra a história de dois assassinos contratados que unem esforços para eliminar o líder de um cartel de traficantes. Van Damme será um dos assassinos e o outro, porque não havia ainda testosterona suficiente, será Vinnie Jones. A realização caberá a Russell Mulcahy, australiano que, em 1986, realizou certo e determinado filme sobre um escocês imortal que decapitava pessoas como passatempo.

7.5.09

Star Trek


Tivessem-me perguntado há uns dias se acreditava que o novo Star Trek conseguiria modernizar uma série vetusta, sem perder de vista os traços que sempre a definiram e que a tornaram popular, com actores que conseguissem dar nova vida às personagens, mantendo-se fiéis ao original, e teria respondido com um "não me parece" de nariz bastante torcido. Hoje, a resposta seria afirmativa. E a única coisa que mudou foi que vi o filme.

PS: É assim que se renova uma saga, George Lucas.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho5-5b.gif

Star Trek

De: J.J. Abrams

Com: Zachary Quinto, Chris Pine, Eric Bana

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Ano: 2009

Trailer

6.5.09

X-Men Origins: Wolverine


Nada obriga a que um filme de super-heróis tenha a complexidade emocional e narrativa de um balde de pipocas com manteiga. Mesmo que o material de origem, independentemente de inúmeros e meritórios exemplos do contrário, tenha como principal faceta a alienação pura. Não que haja aí algum mal e muitas foram as adaptações de BD ao longo da última década a não aspirar a mais do que uma transposição para o ecrã da mesma saborosa bidimensionalidade, com resultados muito agradáveis. Mas, quando o objectivo é fazer um filme que se eleve um pouco acima, conferindo às personagens uma humanidade e profundidade que nem sempre terão nas vinhetas coloridas das revistas, é preciso muito cuidado para não ir longe demais e cair no ridículo. O quarto filme da série X-Men e o primeiro da vertente Origins não cai totalmente no ridículo, mas não escapa a uma omnipresente brisa de despropósito que acaba por ser o seu maior defeito. O drama vivido pela personagem principal, cujas origens se contam, traduz-se em demasiados momentos de intensidade pré-fabricada, com braços erguidos para o céu e rugidos de angústia/desespero, que acabam por se tornar desagradáveis lá pela terceira repetição. O desfile gratuito de personagens secundárias para encantar os fãs também não é a coisa mais subtil do mundo, mas confesso que estava demasiado absorto a ver Gambit ou Blob em "carne e osso" para deixar que isso me preocupasse. E é impressão minha ou as garras de adamantium estão menos realista do que nos filmes anteriores?

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho3-5b.gif

X-Men Origins: Wolverine

De: Gavin Hood

Com: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Huston

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/us.gif

Ano: 2009

Trailer

5.5.09

Novos cartazes de Inglourious Basterds

Dom DeLuise (1933 - 2009)

 

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