Não há nada de especial em Gran Torino. É uma história simples, parecendo mesmo simplista em muitos momentos, com um elenco composto por um actor consagrado, secundado por desconhecidos e amadores, incluindo o filho mais novo do realizador (reparem na cara do jovem que o velho Walt Kowalski salva de espancamento e posteriormente insulta). E não há nenhum motivo para o resultado final ser tão aprazível e tão carregado de genuíno sentimento como é. Clint Eastwood tem quase oitenta anos. Não é aceitável que, com idade tão veneranda, se ponha a fazer dois filmes por ano e menos ainda que os protagonize, como acontece desta vez, chegando ao absurdo de se envolver em cenas de violência como se fosse o bisavô de Harry Callahan. Não me apetece falar do filme (é encantador, sim senhores). Prefiro apelar ao bom-senso do realizador. Sugerir-lhe que se dedique a realizar vídeos de férias com os netos (desde que não encontre maneira de os transformar num retrato épico e oscarizável da Guerra da Coreia vista pelos olhos dos mercadores de peixe locais). A vestir o poncho do "homem sem nome" dos westerns de Sergio Leone para entreter convidados ou algo parecido. Porque, se insistir em continuar a fazer filmes agradáveis, não teremos remédio senão vê-los. Depois não se queixe de não ter sido avisado.
Classificação:
Gran Torino
De: Clint Eastwood
Com: Clint Eastwood, Bee Vang, Christopher Carley
Origem:
Ano: 2008
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