24.3.12

A Mulher de Negro


A maior dificuldade ao ver "A Mulher de Negro" será escapar à distração de achar o protagonista parecido com um Harry Potter vestido de senhor sério e crescido. Fora isso, louve-se o esforço de quem se presta a fazer um filme de terror de época como já não se fazem muitos, seguindo uma receita testada à exaustão e com eficiência mais que comprovada. Nem sequer é difícil, mesmo com a responsabilidade de não envergonhar o rótulo lendário da Hammer. Uma casa abandonada em localização ameaçadora (com o inevitável cemitério no quintal), uma povoação remota cujos habitantes são assolados por um mal de que nem ousam falar e uma assombração vingativa cujo sexo e preferência cromática não serão aqui referidos para não estragar a surpresa a quem prefere ver filmes sem nunca olhar para o título respetivo. Daniel Radcliffe faz pela vida, tentando acumular papéis que o livrem do fim abrupto de outros atores celebrizados por uma única personagem (olá, Mark Hamill) e não se sai mal como viúvo jovem atormentado pela morte durante o parto da mãe do seu único filho. Só não é mais convincente, mesmo com o sempre polido Ciarán Hinds ao lado, porque não paramos de o imaginar a tirar os óculos e a varinha do bolso. Mas a culpa não será sua. Nós é que precisamos de distanciamento.

Classificação:http://inepcia.com/cinemateca/olho3-5b.gif 

1 comentário:

Julie D´aiglemont disse...

O piqueno feiticeiro faz de viúvo?! Tenho de ver para crer.

 

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