O momento em que alguém decidiu pegar num dos vilões mais emblemáticos do cinema dos anos 80 e no melhor papel da carreira de actor de Arnold Schwarzenegger (por coincidência, ou talvez não, também um dos papéis em que fala menos) e transformá-lo em herói simpático e com coração de ouro (ou de titânio reforçado com banho dourado) foi o princípio do fim. Nunca consegui engolir a transição. "Então mas este tipo era um ciborgue assassino do futuro e agora é a ama-seca de um adolescente?", perguntei muitas vezes, sem conseguir quem se aliasse a mim na indignação. Acabei por desistir. E não me chocaria que aparecesse depois disso um filme sobre o lado sentimental de Darth Vader ou sobre o trabalho voluntário de Freddy Krueger com as crianças famintas em África. Este espírito, gerado pelo segundo capítulo da série, foi confirmado pelo terceiro. Mas tive fé ao saber do envolvimento de Christian Bale no quarto. Cheguei mesmo a acreditar que poderia ser um bom filme, apesar de o realizador que assinava com três consoantes não augurar nada de bom. Estava enganado. Exterminador Implacável: A Salvação não salva coisa nenhuma e é pouco mais que um aproveitamento da história definida no primeiro filme para exibir efeitos especiais. Só se livra da banalidade plena pela nostalgia da presença no ecrã, durante minutos, de alguém que não posso referir aqui para não estragar o filme a quem o for ver (mais do que já vem estragado de origem). Também se percebe porque perdeu Bale a cabeça durante as filmagens e desatou a gritar com o director de fotografia. Foi a frustração de não ter conseguido melhor caracterização que a repetição da voz sussurrada de Batman.
Com: Christian Bale, Sam Worthington, Helena Bonham Carter
Classificação: 
Terminator Salvation
De: McG
Origem: 
Ano: 2009
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1 comentário:
Correndo o risco de ser rotulado de deficiente, ou de imbecil, digo que estava à espera que o filme fosse pior.
É verdade que não passa de mais um filme de guerra pós-apocalíptico. Mas, enquanto variação do universo "Terminator" (jogo do gato e do rato), que desta vez transita para um cenário de guerra aberta, até ficou um esforço interessante.
Se a saga ficar por aqui em termos de enredo, é uma merda.
Se, no entanto, esta fôr a primeira parte de uma trilogia (relatando o princípio e o fim da guerra contra Skynet), talvez o cômputo final até seja positivo. Se abordarem a questão do Destino/Livre Arbítrio, que sempre foi um dos leitmotivs da saga, entre outras cenas lamechas.
But then again... maybe I'm just an idiot.
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