Uma nova fotografia promocional de Hugh Jackman com a fatiota que devia ter usado nos Óscares? Está bem.

Mais duas aqui.

Eddie Murphy=Richard Pryor?

Não podia estar menos na moda, mas Eddie Murphy continua a ser um dos maiores comediantes americanos de sempre e possui enorme talento dramático, como provará o seu papel em Dreamgirls (além de uma mão cheia de excelentes desempenhos na década de 80). O facto de parecer avesso a mostrá-lo no presente, protagonizando asneira atrás de asneira, é outra história. Mais uma vez, é o realizador de Dreamgirls, Bill Condon, a querer arrastar Murphy para o patamar que merece com o desenvolvimento de uma biografia filmada de Richard Pryor, outro comediante lendário e pai artístico de todos os comediantes negros da actualidade. O papel principal assenta como uma luva ao protagonista de Coming to America ou Trading Places e espera-se um resultado à altura de Man on the Moon, última ocasião em que Hollywood decidiu trazer para o grande ecrã a vida de um comediante influente, protagonizada por outro actor subestimado.

E os remakes não param?

Quem quiser saber que clássico infantil dos anos 80 poderá ter direito a remake próximo, olhe a fotografia que se segue.

Se não conseguirem chegar lá, é provável que a notícia não vos interesse e não perderão nada.

Los Abrazos Rotos, de Pedro Almodóvar (teaser)

Quem estava à espera de um remake de Total Recall? Braços no ar...

Afinal, quanto tempo precisa de passar para se pensar em refazer um filme? Vinte anos será suficiente? Parece que sim. E até menos, já que a Columbia Pictures anunciou a intenção de produzir um remake do épico marciano de Paul Verhoeven dezanove anos após estreia do original. Em 1990, os espectadores de todo o mundo esqueceram por algumas horas o debate "MC Hammer Vs. Vanilla Ice - Quem Terá o Legado Musical Mais Duradouro?" para verem Arnold Schwarzenegger e Sharon Stone trocarem sopapos pelo sistema solar fora, partindo de um conto de Philip K. Dick, num enredo tão cheio de voltas que chegava a provocar tonturas aos menos atentos. Não se sabe nada sobre o remake além da intenção de avançar. Nem sequer se a famosa pega de três mamas voltará a aparecer, agora com o seu busto triplo construído em CGI.

Cate Blanchett confirmada em Robin Hood

A actriz australiana, já ligada ao projecto por rumores prolongados, vê agora a sua participação confirmada no último projecto de Ridley Scott, interpretando o papel de... Xerife de Nottingham. Não. Será como Maid Marian. Era apenas uma tentativa gratuita de alarmismo. Não seria impossível, tendo em conta a intenção original de atribuir a Russell Crowe os papéis simultâneos de Robin Hood e do seu pérfido rival. E nada impediria que a ideia resultasse, concretizada da forma certa, mas isso não interessará, pois a produção anunciou recentemente que o protagonista de Gladiador interpretará apenas o príncipe dos ladrões numa história mais tradicional. E o título do filme passou de Nottingham para Robin Hood. Por um lado, é tranquilizador. Mas, por outro, não se percebe em que será este filme diferente de todas as outras adaptações anteriores do mito ao cinema. Logo se verá.

Adventureland, de Greg Mottola (Superbad)

The Wrestler

O wrestling é um fenómeno estranho. Homens gigantescos (cortesia em partes iguais do amigo esteróide e de uma vida passada em ginásios) vestidos com roupagens absurdas e berrantes, em regra demasiado curtas e justas para as dimensões de quem as veste, envolvendo-se em acrobacias num ringue, fingindo digladiar-se até à inconsciência em combates combinados para gáudio de um não menos estranho público que tudo acompanha com avidez histérica. Igualmente estranho será o facto de o mundo do cinema nunca ter produzido um grande filme sobre um espectáculo tão popular, sobretudo quando existem tantos sobre o boxe, por exemplo, espectáculo de violência real e resultado incerto. Até agora. Deixando de lado a esquisitice do brilhante e atordoante Requiem for a Dream e ultrapassando com valentia o delírio falhado de The Fountain, Darren Aronofsky traz-nos a história de Randy "The Ram" Robinson, um lutador acabado e distante dos seus tempos de glória, que vai tentando manter unidos os farrapos da vida de estrela ultrapassada. Para lhe dar corpo, louve-se a coragem da aposta num actor que é também ele uma estrela ultrapassada. Ou era, já que a aposta foi ganha sem quaisquer dúvidas e parece confirmado o relançamento de um desfigurado Mickey Rourke como estrela de primeira grandeza, já ameaçado com o genial desempenho em Sin City. Por trás dos bíceps de Rourke, esconde-se ainda Cassidy, uma stripper igualmente fora de prazo, magistralmente interpretada por Marisa Tomei. Houvesse justiça no mundo e Mickey Rourke estaria a polir o seu Óscar neste preciso momento. Mas, para sua infelicidade, os profissionais da luta livre não lutam pelo reconhecimento de direitos nos Estados Unidos e não constituem um lobby poderoso em Hollywood.

Classificação:

The Wrestler

De: Darren Aronofsky

Com: Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood

Origem:

Ano: 2008

Funny People (o novo de Judd Apatow)

Com Adam Sandler, Seth Rogen, Jason Schwartzman, Jonah Hill, Eric Bana e Leslie Mann. Estreia nos Estados Unidos para Julho deste ano.

Óscares - Rescaldo a sangue quente

A consagração esperada do melhor filme do ano (e, possivelmente, de um dos melhores dos últimos anos), a custo de concorrentes muito respeitáveis. Surpresas parciais nas categorias de Melhor Actriz Secundária e Melhor Actor. Quando se tentava decidir quem era a principal candidata à vitória entre Amy Adams e Viola Davis, foi Penélope Cruz a emergir de um filme medíocre de Woody Allen para transformar a estatueta dourada no enfeite central de uma mesa de tapas. Sean Penn volta a provar a eficácia de um boneco bem marcado (desde que não se chegue ao "full retard", como diria a personagem de Robert Downey Jr. em Tropic Thunder) e estraga a festa à versão 2.0 de Mickey Rourke. A maior surpresa da noite acabou por ser o melhor filme em língua estrangeira, um filme japonês lançado com fúria kamikaze sobre a vitória e arrebatando o Óscar ao israelita Valsa Com Bashir. Sejamos amigos e não atribuamos influência demasiada aos lobbies gay e judaico.
Outra surpresa foi a excelente prestação de Hugh Jackman como mestre de cerimónias (tão à vontade nos momentos cómicos como nos momentos musicais) e o novo formato mais dinâmico, menos massudo e mais preocupado com o entretenimento do espectador do que com a simples distribuição de galardões.

Uma noite bem passada sem tirar a roupa (Óscares 2009)

Melhor Actriz Secundária



Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)


Melhor Argumento Original



Milk


Melhor Argumento Adaptado



Slumdog Millionaire


Melhor Longa-Metragem de Animação



Wall.E


Melhor Direcção Artística



O Estranho Caso de Benjamin Button


Melhor Guarda-Roupa



A Duquesa


Melhor Caracterização



O Estranho Caso de Benjamin Button


Melhor Fotografia



Slumdog Millionaire


Melhor Actor Secundário



Heath Ledger (O Cavaleiro das Trevas)


Melhores Efeitos Visuais



O Estranho Caso de Benjamin Button


Melhor Montagem Sonora



O Cavaleiro das Trevas


Melhor Mistura Sonora



Slumdog Millionaire


Melhor Montagem



Slumdog Millionaire


Melhor Banda Sonora



Slumdog Millionaire


Melhor Canção Original



Jai Ho (Slumdog Millionaire)


Melhor Filme em Língua Estrangeira



Okuribito (Japão)


Melhor Realização



Danny Boyle (Slumdog Millionaire)


Melhor Actriz



Kate Winslet (O Leitor)


Melhor Actor



Sean Penn (Milk)


Melhor Filme



Slumdog Millionaire

Óscares ao vivo no Twitter

A quem possa interessar, estarei no Twitter durante os óscares, muito carente de companhia para suportar as longas horas da madrugada. Juntem-se a mim: http://twitter.com/salustio

Razzies 2009

Os Razzies (prémios que tentam distinguir anualmente o pior de Hollywood e que, de vez em quando, até acertam) foram entregues em cerimónia que antecede os Óscares (não se diz algures que "os últimos serão os primeiros"?). O grande vencedor deste ano foi The Love Guru, filme que "venceu" as categorias de Pior Filme, Pior Actor (Mike Meyers) e pior argumento. Paris Hilton foi a pior actriz actriz principal e secundária (por The Hottie and the Nottie e Repo: The Genetic Opera) e coube a Pierce Brosnan ser escolhido como pior actor secundário pela prestação em Mamma Mia!. O trágico último capítulo da saga Indiana Jones recebeu o razzie para Pior "Prequela", Remake, Aproveitamento ou Continuação e, além de ser "distinguido" como Pior Realizador, o alemão Uwe Boll, tornado infame pelas suas inenarráveis adaptações de videojogos, levou para casa o prémio de carreira por ser "a resposta da Alemanha a Ed Wood". Ou teria levado, já que, ao contrário do que aconteceu ocasionalmente no passado, nenhum dos vencedores esteve presente na cerimónia.

Abusa-se das aspas neste texto. As minhas "desculpas".

Wolverine ensaia Óscares e o mundo torce para que não seja um pastel

Apostas para os Óscares

Melhor Filme em Língua Estrangeira

Provavelmente, Valsa com Bashir. Opções menos prováveis (mas também com grande mérito) serão A Turma e o austríaco Revanche. Pessoalmente, não percebo o que valeu a nomeação ao Complexo Baader Meinhof, mas uma eventual vitória não seria a primeira decisão incompreensível parida pela Academia.

Aposta: A Valsa com Bashir (Israel)


Melhor Longa-Metragem de Animação

Algo estará muito mal se o vencedor não for certo e determinado robô com a mania das limpezas, perante concorrência que não consegue ser mais do que aceitável.

Aposta: Wall.E


Melhores Efeitos Visuais

O Cavaleiro das Trevas é perfeito neste campo e Homem de Ferro também. Mas nenhum destes consegue espantar. O envelhecimento ao contrário de Benjamin Button andará mais próximo disso.

Aposta: O Estranho Caso de Benjamin Button


Melhor Montagem Sonora

Para determinar o vencedor nesta categoria, os membros da Academia escrevem os títulos dos filmes em vibradores e lançam-nos à cabeça de Paris Hilton. O que provocar o esgar de enfado mais pronunciado leva a estatueta.

Aposta: O Cavaleiro das Trevas


Melhor Mistura Sonora

Idem. Ver acima.

Aposta: O Cavaleiro das Trevas


Melhor Canção Original

Mesmo que Peter Gabriel não interprete Down to Earth de Wall.E como protesto contra a decisão de cortar as canções para poupar tempo, será essa a decisão mais segura. A decisão mais justa seria uma das duas canções de Slumdog Millionaire (sobretudo Jai Ho), mas é capaz de ser exotismo demais para Hollywood. Ou, na volta, o exotismo está na moda este ano.

Aposta: Down to Earth (Wall.E)


Melhor Banda Sonora

É muito frequente que o filme premiado pela melhor canção não vença a categoria de Melhor Banda Sonora. Mantendo-se as considerações sobre o exotismo da música de Slumdog Millionaire referidas na categoria anterior, a aposta aponta para Bombaim.

Aposta: Slumdog Millionaire


Melhor Caracterização

Escolha difícil. O Cavaleiro das Trevas tem figuras impressionantes em Joker e Two-Face,* Benjamin Button tem os envelhecimentos fictícios mais convincentes de sempre e Hellboy 2 tem dois terços do elenco com caracterização mirabolante. Sejamos arrojados na aposta.

*Alguém mais perspicaz do que eu, lembrou-me que a caracterização do Two-Face é um efeito visual e não aplicação de maquilhagem. Obrigadinho, pá.

Aposta: HellBoy 2: O Exército Dourado


Melhor Guarda-Roupa

A Duquesa (filme passado em época mais remota entre os cinco nomeados) parece ser a opção mais óbvia. Por isso mesmo, é possível que não vença. Os restantes quatro terão hipóteses idênticas. Depois do arrojo na aposta anterior, jogue-se pelo seguro nesta (mesmo que um diabrete me segrede ao ouvido "Milk! Milk! Aposta no Milk!").

Aposta: O Estranho Caso de Benjamin Button


Melhor Direcção Artística

O mesmo diabrete que antes sugeria a aposta em Milk sugere agora aposta em Revolutionary Road. Não lhe demos ouvidos e continuemos a jogar pelo seguro.

Aposta: O Estranho Caso de Benjamin Button


Melhor Montagem

E quem não gosta de uma boa montagem?

Aposta: Slumdog Millionaire


Melhor Fotografia

Misturem-se porções generosas de Slumdog Millionaire com O Cavaleiro das Trevas numa terrina, adicione-se uma pitada de O Leitor e leve-se ao forno até dourar. O resultado será provavelmente o mais previsível.

Aposta: O Estranho Caso de Benjamin Button


Melhor Argumento Adaptado

Pondo Frost/Nixon fora do baralho, restam quatro candidatos de difícil escolha. Dúvida é a adaptação de uma peça conceituada feita pelo próprio dramaturgo, Benjamin Button, Slumdog Millionaire e O Leitor são adaptações feitas com mestria de romances de proveniências diversas. É melhor escolher ao calhas.

Aposta: Dúvida


Melhor Argumento Original

Outro imbróglio. Sem esquecer que Frozen River poderá ser o outsider da cerimónia, sem esquecer Mike Leigh, o peso do lobby gay e o clube de fãs de Colin Farrell, é melhor ir pelos motivos afectivos.

Aposta: Wall.E


Melhor Realização

David Fincher é muito bom rapaz. Mas o seu a seu dono. Tira as mãos, Ron Howard. Vai brincar com o que já tens e não mereceste.

Aposta: Danny Boyle (Slumdog Millionaire)


Melhor Actriz Secundária

Ganhe quem ganhar, será merecido. Marisa Tomei poderá ser uma surpresa, mas é provável que se decida entre as duas actrizes de Dúvida. Aposte-se na que tem mais tempo em cena.

Aposta: Amy Adams (Dúvida)


Melhor Actor Secundário

É difícil competir com um defunto. Por isso, sem hipóteses para os outros nomeados (por maiores que sejam os seus méritos). Se Heath Ledger estivesse vivo, Michael Shannon e Philip Seymour Hoffman tirariam a estatueta à sorte.

Aposta: Heath Ledger (O Cavaleiro das Trevas)


Melhor Actriz

Cuidadinho com Melissa Leo e Anne Hathaway. A Academia terá pena de Meryl Streep, já que um terceiro Óscar estragaria o arranjo dos dois que já tem e que usa como suportes de livros.

Aposta: Kate Winslet (O Leitor) (finalmente)


Melhor Actor

Sean Penn lança-se de grande altura sobre o prémio, mas é provável que aterre a seco no ringue.

Aposta: Mickey Rourke (The Wrestler)


Melhor Filme

O momento da verdade da noite. Nos seus piores momentos, a Academia atribuiria a estatueta a Benjamin Button. Nos melhores, não escapará a Slumdog Millionaire. Ou então, como sucedeu com o Crash de 2005, passa-lhes uma coisa pela vista, vence O Leitor e ficamos todos a coçar a cabeça sem perceber o que aconteceu.

Aposta: Slumdog Millionaire

Já que não podem ver Coraline na versão original, fiquem com três cartazes de Inglourious Basterds

Clicar para aumentar, pois então.

Coraline

Esta seria a opinião sobre Coraline, o mais recente filme de Henry Selick (realizador de The Nightmare Before Christmas), inspirado no livro de Neil Gaiman. Infelizmente, não poderei tecer qualquer opinião porque não o vi, nem verei tão cedo, já que a distribuidora decidiu exibi-lo apenas na versão dobrada em português. Confesso que estava a preparar-me para lamentar o facto de a versão em 3D estar limitada à dobragem portuguesa, mas não acreditava ser possível que a versão original fosse subtraída da lista de estreias.
É perfeitamente aceitável que alguém prefira ver o filme dobrado em português e reconheça méritos à dobragem. De igual forma, também deverá aceitar-se que alguém considere os méritos dramáticos de Dakota Fanning, Teri Hatcher, Jennifer Saunders e Dawn French infinitamente superiores aos de Ana Bola, Maria Rueff e companhia. Como será aceitável que gente menos razoável considere que ver um filme tão promissor dobrado será como vê-lo com grandes manchas de excremento barradas no ecrã.
Esta decisão revela algo muito grave. Sobretudo quando consideramos que Hotel para Cães, uma comédia infantil de temática canina também estreada esta semana, será exibida na versão original e na versão com vozes e latidos dobrados em português. Lamentavelmente, isto sugere que os responsáveis pela escolha dos filmes que vemos no cinema não percebem grande coisa do assunto a que se dedicam (suponho) profissionalmente.
Depois há as campanhas anti-pirataria ("Você não roubaria um filme, pois não?"). Com estreias atrasadas por longos meses e com filmes de qualidade e interesse inegáveis que nunca são exibidos entre nós (e não falamos de filmes remotos da Mongólia ou do Sudão), convida-se o espectador a uma vida de crime informático e era dispensável mais esta prova de que, para as distribuidoras nacionais, o público que realmente aprecia o cinema e que frequenta as salas mais do que uma vez por mês é completamente irrelevante.

Coraline

De: Henry Selick

Com: Dakota Fanning, Teri Hatcher, Jennifer Saunders, Dawn French (vozes)

Origem:

Ano: 2009

Oportunidade de emprego - Procura-se protagonista de Thor

O site Coming Attractions divulgou hoje o anúncio de casting para o protagonista de Thor, adaptação da icónica personagem da Marvel realizada por Kenneth Branagh.

"Male MUST BE MID-LATE 20'S and SIX FEET OR TALLER. LEAD.

Physically powerful, very handsome, occasionally egotistical, petulant, and wild. A natural warrior with a quick charming wit who must be genuinely and severly humbled before becoming the compassionate, mature hero of our film."

Quem cumprir os requisitos de beleza, vigor físico, ego, petulância e selvajaria queira tentar a sorte. Idade entre os 25 e os 30 e com altura mínima de 1,82m. Talvez seja aconselhável que os candidatos portugueses oxigenem o cabelo.

O Visitante

Olhar para a lista de nomeações aos Óscares deste ano faz-me lembrar cerimónias passadas em que o homenzinho dourado foi entregue a mediocridades como Mel Gibson, Russell Crowe, Renée Zellweger ou à produção de Titanic. E isto porque é de cortar o coração pensar que um filme como O Visitante poderá passar ao lado dos principais prémios do cinema. É uma grande injustiça que o filme de Thomas McCarthy não esteja sequer nomeado na categoria de Melhor Filme. E é uma grande, tremenda injustiça que Richard Jenkins volte para casa de mãos a abanar. Como seria uma injustiça igualmente grande e igualmente tremenda que o vencedor na categoria de Melhor Actor não fosse Mickey Rourke. Mas a vida não é justa, como diz o cliché e como é demonstrado de forma cruel a Tarek, o imigrante sírio que cruza o seu caminho com o de Walter, um professor viúvo, solitário, melómano e seco mas dotado de um coração que, não sendo de ouro, será pelo menos de um bronze muito polido e brilhante. Um bravo aceno a um mundo em que a desconfiança alimentada por diferenças de nacionalidade, religião e raça se institucionalizou por "motivos de força maior" injustificáveis. Espera-se que seja um aceno de despedida.

Classificação:

The Visitor

De: Thomas McCarthy

Com: Richard Jenkins, Haaz Sleiman, Danai Jekesai Gurira

Origem:

Ano: 2008

Maradona por Kusturica

Desde os tempos em que era jugoslavo e usava com orgulho o crachá de cineasta oprimido de país mais ou menos totalitário, Emir Kusturica conseguiu criar uma obra que o tornou um dos realizadores europeus mais reconhecíveis e regulares. Quando se soube que o seu último projecto era um documentário sobre um dos melhores futebolistas de todos os tempos, esperou-se o melhor. Mas o dito popular mente e quem espera nem sempre alcança. Maradona de Kusturica falha no momento em que o documentário de autor cede lugar a um desajeitado púlpito para uma série aparentemente interminável de sandices e lugares-comuns expressos tanto por Maradona como pelo próprio realizador. Por exemplo, diz-nos o filme que Bush é uma pessoa desagradável. Tivemos oito anos para o perceber. Será essa a coisa mais pertinente que os dois têm para partilhar? Dieguito confessa a sua admiração por Che Guevara ou Fidel Castro, algo que certamente não se esperaria de uma pessoa que acha Bush um assassino, e diz-nos que o golo marcado com a mão à Inglaterra no Mundial de 86 foi um acto de protesto contra a Guerra das Malvinas. No meio de tudo isto, o maior pecado do sérvio foi ter atribuído demasiado tempo de antena ao Maradona mortal (e também a si próprio), e muito pouco ao Maradona mito, que é quem realmente interessa ao mundo. O outro é deprimente.

Classificação:

Maradona by Kusturica

De: Emir Kusturica

Com: Diego Maradona, Emir Kusturica

Origem:

Ano: 2008

Schwarzenegger é expendable

Diga-se o que se disser do senhor, Sylvester Stallone não receia pensar em grande. O seu último projecto como realizador e argumentista, The Expendables (qualquer coisa como Os Dispensáveis), acaba de ver confirmado Arnold Schwarzenegger como membro de um elenco que parece querer incluir todos os actores que alguma vez protagonizaram um filme de acção. Assim, além do governador da Califórnia (limitado pelos seus afazeres políticos a uma pequena participação), o filme contará ainda com o próprio Stallone e com Mickey Rourke, Jason Statham, Sandra Bullock, Jet Li, Dolph Lundgren e Eric Roberts. Quando estavam todos distraídos a mirar Sandra Bullock com olhares famintos, Forest Whitaker entrou à socapa. Não se sabe grande coisa do enredo, mas há grandes probabilidades de este ser o melhor ou o pior filme de todos os tempos. Sem possibilidade de qualificações intermédias.

Lesbian Vampire Killers - Trailer

Já aqui se tinha falado dele e partilhado o teaser. Agora, fica o trailer oficial:

Pride and Predator?!???!

Já confirmei que não estamos a 1 de Abril e esforcei-me por procurar confirmação de que a notícia era apenas uma piada. Não a encontrei. E não sei bem como dizer isto. Por isso, é melhor dizer tudo de rajada, sem parar para pensar nos muitos elementos preocupantes da frase que se segue:

A Rocket Films, produtora cinematográfica pertencente a Elton John anunciou planos para produzir Pride and Predator, película passada numa Inglaterra georgiana típica do imaginário de Jane Austen, na qual as tribulações românticas dos delicados protagonistas são interrompidas pela chegada de um monstro espacial com instintos assassinos.

Pronto. Já está.