Contrariamente ao que muitas vezes nos é impingido, a guerra não terá qualquer charme. Em guerras reais, ao contrário do que sucede nas guerras dos filmes, haverá pouco espaço para actos de bravura, discursos inspirados e fortalecimento de laços humanos. Para compensar, existirão doses generosas de coisas menos agradáveis como sangue, vísceras, crueldade e degradação moral e emocional que se torna difícil de compreender por quem não esteve presente em idênticas circunstâncias. Não é muito comum ver-se a guerra real nos ecrãs de cinema e, por vezes, os raros exemplos existentes têm formas e proveniências inesperadas. Como um filme de animação israelita, por exemplo. O realizador Ari Folman envolve-se numa cruzada para recuperar as suas memórias de soldado envolvido na invasão israelita do Líbano em 1982, onde esteve muito perto do massacre de Sabra e Shatila. Recorda apenas um momento em que flutuava nas águas do Mediterrâneo em Beirute, observando com alguns companheiros o cair de foguetes de sinalização sobre a cidade. Os testemunhos são reais, os acontecimentos também e o meio ponto retirado à classificação é represália por me ter feito sair da sala profundamente desiludido com a condição humana.
7.1.09
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