Dos monstros clássicos do cinema de horror, a múmia é o que mais facilmente perde o "encanto" com o exercício da lógica. Um aristocrata vampiro? Porque não? Um homem que se transforma em lobo com a lua cheia? Perfeitamente. Um monstro criado a partir de pedaços de cadáveres? Nada que não se faça nas melhores clínicas de estética para animar as longas noites de Inverno. Mas o cadáver embalsamado de um egípcio morto há milhares de anos animado por um espírito de vingança contra os que ousaram perturbar o seu túmulo? Quem já tiver visto uma múmia real saberá que, mesmo devolvidos à consciência, aqueles esqueletos ressequidos dificilmente conseguiriam dar um passo sem se desconjuntar. Mas isso não impediu que se fizessem grandes filmes com múmias vingativas. Ou maus filmes com múmias vingativas (obrigadinho, Stephen Sommers). Um dos maiores foi A Múmia de 1932, com Boris Karloff surgindo enfaixado durante um par de minutos no início do filme, tempo suficiente para justificar o título. Outro igualmente grande saiu dos estúdios britânicos da Hammer. Como na versão de Drácula e Frankenstein da Hammer, os papéis principais voltam a caber a Christopher Lee (completamente enfaixado durante a maior parte do filme, dando a cara e falando apenas num flashback) e ao intrépido arqueólogo Peter Cushing. A história, envolvendo o amor proibido e resistente aos milénios de um sacerdote por uma princesa, é uma variação dos filmes anteriores da Universal, mas o resultado é de tal forma delicioso que ninguém lhe retirará mérito.
Classificação:
The Mummy
De: Terence Fisher
Com: Christopher Lee, Peter Cushing, Yvonne Furneaux
Origem:
Ano: 1959
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