18.11.09

Os Sorrisos do Destino


É curioso que um filme onde os telemóveis desempenham um papel tão importante consiga ter menor interesse do que um qualquer sms. E é pena que Fernando Lopes, o homem que fez Belarmino e O Delfim, precise de brincar aos filmes. Porque Os Sorrisos do Destino não passa disso, de uma valente partida de mau gosto pregada ao espectador, com o seu argumento patético que parece querer dizer tudo e acaba por não dizer nada e com as tentativas frustradas dos actores para não fazerem figura demasiado triste quando se vêem forçados a debitar linhas de diálogo cuja banalidade roça os limites do tvi-novelismo. Para não falar na abordagem que se faz às tecnologias comunicacionais, que saltita da suspensão da descrença para a idiotia. Mas nem tudo é mau. Pelo menos, a duração não chega às duas horas.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho2-5b.gif

De: Fernando Lopes

Com: Rui Morrison, Ana Padrão, Milton Lopes

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/pt.gif

Ano: 2009

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Moon


Se, um dia, me deparasse com alguém exactamente igual a mim, não apenas por fora, mas também por dentro, procurava uma grande pedra, um pau ou qualquer coisa que pudesse usar como arma contundente e não descansava até voltar a existir apenas um. Não por qualquer inspiração Highlander, mas porque considero que o mundo, com todos os seus defeitos, não merece ter duplicados de alguns dos seus habitantes. O astronauta Sam Bell não teve a mesma reacção. Talvez por ser melhor pessoa ou, possivelmente, por não estar no mundo, mas sim no seu satélite natural, operando sozinho uma futurista central energética. Moon, longa-metragem de estreia de Duncan Jones, filho de um tal David Bowie, que me dizem ter algum talento para a cantiga, é um aproveitamento incrivelmente eficaz de um conjunto muito limitado de elementos, maximizando-os num dos melhores e mais originais filmes de ficção científica dos últimos anos, assentando em grande parte sobre o pilar do desempenho múltiplo de Sam Rockwell e com uma escolha perfeita de Kevin Spacey para dar voz ao prestável companheiro robótico.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho5-5b.gif

Moon

De: Duncan Jones

Com: Sam Rockwell, Kevin Spacey, Dominique McElligott

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/gb.gif

Ano: 2009

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Os Irmãos Bloom


Não se percebe por que motivo Mark Ruffalo faz filmes. Sobretudo quando parece ser escolhido por gente perfeitamente competente para passear a sua canastrice por filmes que, mesmo assim, conseguem ser perfeitamente decentes. É um daqueles mistérios do universo. Tal como perceber o que impede o nariz de Adrien Brody de sucumbir à gravidade. Mesmo com o "contributo" de Mark Ruffalo (e com as grandes prestações do nariz de Adrien Brody, mais uma, de Rachel Weisz e de uma silenciosa e sempre surpreendente Rinko Kikuchi), o realizador Rian Johnson conseguiu fazer de Os Irmãos Bloom, um agradável filme de "golpada" à moda antiga, seguindo as peripécias de dois irmãos vigaristas ao longo de um enredo com muitos nós, que acabam por ser, quase sempre, desatados com jeitinho. No entanto, não conseguiu evitar que, demasiadas vezes, o resultado final se pareça com uma sucessão de rábulas, sem haver entre elas uma transição suave. Quem não gostar, pode divertir-se a tentar encontrar a bandeira portuguesa que esvoaça pelo nosso orgulho patriótico algures a meio do filme.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho4-5b.gif

The Brothers Bloom

De: Rian Johnson

Com: Adrien Brody, Rachel Weisz, Rinko Kikuchi

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/us.gif

Ano: 2009

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7.11.09

Os Substitutos


Não deveria ser difícil adaptar banda desenhada ao cinema. Está tudo lá. O visual, as personagens, os planos, os diálogos, as situações. Tudo condensado em páginas quadriculadas para conveniência do senhor realizador. Não deveria. Note-se o condicional. Porque têm sido muito comuns os exemplos de realizadores que, mesmo assim, conseguem asneirar. Talvez porque não seja tão fácil? Talvez por serem umas bestas? Talvez pelos dois motivos. Quem sabe... Não foi o que se passou com Os Substitutos, felizmente. A excelente banda desenhada de Robert Venditti e Brett Weldele é adaptada de forma competente, ainda que a abordagem apenas cumpra os mínimos exigíveis e com alterações ao enredo que, nalguns casos, se compreendem pelos constrangimentos próprios de uma nova linguagem e, noutros, serão apenas concessões perfeitamente dispensáveis a fórmulas do costume.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho4-5b.gif

Surrogates

De: Jonathan Mostow

Com: Bruce Willis, Radha Mitchell, Ving Rhames

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/us.gif

Ano: 2009

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4.11.09

São Valentim Sangrento 3D


Convém referir uma das poucas máximas universais do cinema. Qualquer coisa fica melhor a três dimensões. Qualquer coisa. Até um filme do Joaquim Leitão. Posto isto, diga-se que My Bloody Valentine 3D não é grande coisa como filme. Remake de um filme canadiano de 1981 com o mesmo título (mas sem o 3D anexo ao fim), um de incontáveis bacanais de sangue, miolos e adolescentes a terem as suas aventuras sexuais interrompidas por psicopatas mascarados e equipados com armamento original (motosserras, luvas com facas em vez de dedos etc) que marcaram uma época e entre os quais se contam alguns clássicos memoráveis. Este em particular, em que o psicopata de serviço é um mineiro maldisposto, tornou-se célebre pelos cortes exaustivos da censura às cenas mais violentas, o que lhe conferiu apelo acrescido. Quase três décadas depois, lá nos sentamos a ver a mesma história de sempre, homicídio após homicídio, sempre à espera de ver o assassino saltar de repente de um canto escuro, tentando perceber que nefasta motivação poderá justificar as suas acções... Mas fazemo-lo a três dimensões. E é difícil que alguém se preocupe com preciosismos qualitativos quando se está a esquivar a golpes de picareta que saem do ecrã.

Classificação: http://inepcia.com/cinemateca/olho4b.gif

My Bloody Valentine 3D

De: Patrick Lussier

Com: Jensen Ackles, Jaime King, Kerr Smith

Origem: http://inepcia.com/cinemateca/us.gif

Ano: 2009

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Trailer de Prince of Persia - The Sands of Time



Pronto... agora o trailer a sério.

Não um anfitrião para os Óscares, mas sim dois (toma lá, Wolverine!)


O primeiro já por lá passou e o segundo, depois da brilhante prestação na série 30 Rock, faz esperar uma noite em grande. Aprovado.
 

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