10.2.11

O Discurso do Rei


Um aviso: ao contrário do que se lê em letras garrafais no cartaz de O Discurso do Rei, não se trata de "um filme que nos eleva o espírito". Nas duas ocasiões em que tive o grande prazer de o ver (ao filme e não ao cartaz), não senti nem o espírito nem qualquer outra parte integrante do meu eu metafísico elevar-se. A única coisa que se elevou em mim (calma...) foi o vómito ao ver o dito cartaz, percebendo que um dos melhores filmes do ano (se houver justiça no universo, ganhará vários Óscares - pelo menos o de melhor filme e melhor actor) fica assim  a parecer uma espécie de caca de auto-ajuda. Obrigadinho.

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The Fighter


Primeiro, um valente bardamerda para o responsável pelo título com que o filme circula por cá: The Fighter - Último Round, este belo híbrido de título original com palermice pseudo-criativa de uma cabecinha muito deficiente e nunca medicada. Segundo, The Fighter é muito mais do que um filme de boxe. Terceiro, Christian Bale podia aproveitar a voz de Dicky Eklund para o próximo Batman e esquecer aquele sussurro idiota.

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Cisne Negro


Nunca quis ser bailarina. Sei que isto vai chocar muita gente, mas é a verdade. E sempre calculei que uma actividade artística de esforço físico intenso em que os praticantes usam calçado feito de gesso e precisam de manter um peso médio de trinta quilos até se reformarem aos 23 anos tivesse um fundo sinistro. Talvez por isso, Cisne Negro conseguiu apenas perturbar-me moderadamente. Mas gosto de imaginar as caras horrorizadas de quem entrou na sala de cinema esperando apenas tutus e saltinhos graciosos. Sou uma pessoa horrível a esse ponto.

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Um Ano Mais


Este blog é velho ao ponto de ter sobrevivido de um filme de Mike Leigh ao seguinte. Até era capaz de jurar que Vera Drake também estava algures aqui enfiada, mas afinal não. Ora bem. A única queixa que uma pessoa séria poderia formular acerca de Happy-Go-Lucky diria respeito ao espírito militantemente positivo e sorridente da protagonista, que andava sempre muito perto de tornar a magistral Poppy de Sally Hawkins na pessoa mais irritante do mundo. Numa Floribella global, se quiserem. Nunca acontece, felizmente, nem o realizador permitiria que acontecesse porque sabia muito bem o que queria e para onde ia, tal como um realizador português muito famoso da velha guarda (do Fonseca e Costa para lá). Com Another Year, quem estranhou as lentes multicoloridas poderá deleitar-se com um cortejo demorado de gente amarga, deprimida e deprimente girando em torno de um casal tão perfeitinho que até mete nojo. Divirtam-se.

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