29.9.10

Solitary Man
















A propósito de títulos portugueses idiotas, li há pouco tempo um texto num jornal qualquer em que as distribuidoras se justificavam, dizendo que a "originalidade" se explicava ou pela dificuldade de ser fiel ao título original ou pela necessidade de atrair o público certo para determinado filme. Recorrendo ao título que escolheram para Bee Movie, apetece dizer: 'Tá bem, abelha! Neste caso em particular, qualquer tradutor automático consegue converter Solitary Man num título perfeitamente adequado em português e O Eterno Solteirão atrairá público à espera de uma comédia dos irmãos Farrelly e não de um filme muito agradável em que Michael Douglas consegue acrescentar mais um à lista de motivos para lhe desejarmos as melhoras e para esperar que a sua voz mantenha o timbre por muitos e bons anos.

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Solitary Man

De: Brian Koppelman e David Levien

Com: Michael Douglas, Jesse Eisenberg, Imogen Poots

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Ano: 2009


Hot Tub Time Machine
















A premissa era suficientemente estúpida para augurar coisas muito positivas com o elenco escolhido. Não falha por completo, mas também não vai além de satisfazer as expectativas mais básicas de que não fosse uma estopada sem graça. Não o é, mas sabe a pouco. O título português "Jacuzzi, o Desastre do Tempo" é suficientemente estúpido para... Não. É mesmo só suficientemente estúpido. Se o objectivo ao atribuir títulos "criativos" como este é conseguir que ninguém veja o filme, porque se dão ao trabalho de o estrear?

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Hot Tub Time Machine

De: Steve Pink

Com: John Cusack, Craig Robinson, Rob Corddry

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Ano: 2010

17.9.10

Até ao Inferno
















Escreve-vos um homem destroçado. Anos a ansiar pelo regresso de Sam Raimi ao género que o tornou célebre, meses a esperar para ver este promissor Drag me to Hell, vê-se finalmente o filme e que resta? A desilusão. O choro. A vontade de arrancar os olhos a golpes de corta-unhas e de perecer afogado num tanque de óleo rançoso. Porquê, Sam Raimi? Porquê um filme tão mau? Porque me desiludes de forma tão cruel?! Não tenho muito mais a dizer além de... Ah! Apanhados! Sequem lá as lágrimas, por favor. Estamos perante a estreia (muito atrasada) em Portugal de um filme que nos faz agradecer a libertação do realizador da série Homem-Aranha (onde fez coisas maioritariamente positivas) para lhe permitir variar e fazer coisas que nos motivam graças à providência pela invenção do celulóide. Um filme que, sem exageros, consegue revitalizar sozinho o horror cinematográfico, provando que é possível provocar sustos reais sem assassinos em série, sem adolescentes histéricos e sem recauchutar material japonês ou coreano. Bem haja, Sr. Raimi, bem haja.

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Drag me to Hell

De: Sam Raimi

Com: Alison Lohman, Lorna Raver, Justin Long

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Ano: 2009

Karate Kid
















Recentemente, vi um pequeno filme chamado Wax On, Fuck Off, com Ralph Macchio, o lendário Daniel LaRusso de fama karatesca, protagonista dos três primeiros filmes da série Karate Kid. É um trailer fictício de um filme que não existe, um documentário sobre o drama do actor, forçado por quem o rodeia a aproximar-se mais da imagem da vedeta juvenil ultrapassada, rancorosa e dilacerada pelo vício. Às tantas, vemo-lo sentado no chão, suspirando de mágoa ao lado de um cartaz do novo Karate Kid. Tudo para a galhofa, claro, porque, de certeza, Macchio não terá qualquer problema com esta nova versão do "clássico" e saberá perfeitamente que nunca foi um grande actor e que os filmes que lhe deram fama mundial valiam mais pela química com o saudoso Pat Morita, pela mística dos anos 80 e pelo apelo de ver um falhado erguer-se da humilhação e arrebatar o troféu das fuças esmurradas dos seus humilhadores do que pela qualidade do elenco, do enredo ou da representação. Talvez por isso o novo Karate Kid não guarde grande coisa da série original, além da premissa do miúdo recém-chegado a paragens estranhas, maltratado pelos rufias locais e abrigado sob a asa de um dotado mas muito discreto artista marcial asiático. Quanto ao resto, reduz-se consideravelmente a idade do protagonista juvenil, substitui-se o karaté pelo kung fu e transfere-se tudo para Pequim. O resultado não só consegue ser fiel ao espírito do original, como, com toda a sinceridade e sem conseguir duplicar a mística, é um filme melhor.

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The Karate Kid

De: Harald Zwart

Com: Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson

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Ano: 2010



E, já agora:


10.9.10

Bilbo Baggins já tem cara no novo projecto de Peter Jackson?



















Tudo indica que sim.

9.9.10

Predadores














Há qualquer coisa fascinante no Predador, qualquer coisa que o eleva acima da mediania dos monstros de ficção científica. Talvez seja uma certa nobreza que transpira da personagem. É verdade que os predadores matam humanos com requintes cruéis, mas fazem-no por desporto e não realmente por maldade. No fundo, são adepos do fair-play (que, afinal, parece não ser uma treta). O mesmo não se poderá dizer do Alien, por exemplo, escondendo-se em cantos escuros e surpreendendo quem passa com uma dentada na cabeça. Ou talvez seja só o penteado, o segundo melhor num extraterrestre a seguir ao da Princesa Leia (sim, é uma extraterrestre... "in a galaxy far far away", lembram-se?).  E mesmo que aquilo não seja tecnicamente cabelo. Voltando à premissa do Predador original de John McTiernan (um grupo duro de roer perseguido numa selva pouco amistosa por um caçador alienígena ainda menos amistoso) e afastando-se de um mais urbano e menos convincente Predador 2 e da esquisitice de Alien Vs. Predator, Robert Rodriguez consegue injectar ânimo na saga enquanto produtor, com Adrien Brody à altura de Schwarzenegger (ora aqui está uma coisa muito estranha para se dizer).

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Predators

De: Nimród Antal

Com: Adrien Brody, Topher Grace, Alice Braga

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Ano: 2010



8.9.10

Entre Irmãos
















Não me lixem. Há coisas piores do que ir para a guerra do Afeganistão, ser dado como morto e chegar a casa para descobrir que a "viúva" se tornou muito amiga do problemático irmão mais novo, acabado de sair da prisão. Sam, um dos irmãos referidos no título do último filme de Jim Sheridan a estrear por cá (baseado num original dinamarquês de 2004), podia, por exemplo, voltar para casa depois de uma morte anunciada e descobrir que a "viúva" engravidara duas vezes do seu pai e parira crianças que seriam, ao mesmo tempo, seus irmãos e enteados. Já para não falar no drama que traria uma mudança de sexo da senhora, seguida por carreira meteórica no nicho restrito da pornografia zoófila. Claro que o realizador de My Left Foot e In the Name of the Father nunca realizaria um filme com estes enredos (talvez depois de sofrer um esgotamento). Mas Entre Irmãos também não está nada mal, graças, em grande parte, a um elenco com intepretações impecáveis, da pequena Bailee Madison ao trio constituído por Natalie Portman, Jake Gyllenhaal e por um Tobey Maguire sem vontade de honrar a imagem do geek simpático e inofensivo.

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Brothers

De: Jim Sheridan

Com: Tobey Maguire, Jake Gyllenhaal, Natalie Portman
 
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Ano: 2009



2.9.10

Os Mercenários
















Há mais de um ano, escrevi isto por aqui: 

Não se sabe grande coisa do enredo, mas há grandes probabilidades de este ser o melhor ou o pior filme de todos os tempos.

Depois de ver o filme, fiquei a saber isto sobre o enredo: não há. Quer dizer, não há mais do que qualquer coisa que se assemelha a um fio condutor, envolvendo uma ditadura latino-americana imaginária, um ditador sanguinário, um americano sem escrúpulos a puxar-lhe os cordelinhos, uma beldade a salvar, gente a ser chacinada aos magotes, armas de calibre elevado e facas, muitas facas. Se houver tema em The Expendables, será, sem dúvida, o fascínio de um homem pelo seu facalhão. Ou facalhões. Ao ponto de aprendermos que os homens a sério ocupam o seu tempo a atirar facas a alvos, para deixar bem claro quem tem a faca maior e mais certeira. Ainda que se diga muitas vezes que o que importa não é o tamanho da lâmina, mas sim a forma como se corta o fiambre. Voltando à citação, admito que me enganei. Não é o melhor nem o pior filme de todos os tempos. É um esforço bem-intencionado para juntar no mesmo filme uma boa parte dos homens que foram suportando durante décadas o género "filme de acção com violência gratuita e explosões muito caras". Não se perdoa terem deixado Van Damme de fora, mas sabe bem ver Stallone a contracenar com Dolph Lundgren depois do seu épico combate em Moscovo ou ter Rocky, o Exterminador Implacável e John McClane na mesma cena. Além das explosões e da violência não há grande coisa que ver e é pena, mas, quando se começa a pensar nisto, surge Rambo a cortar a cabeça e a mão a dois rufias diferentes com a mesma faca. E tudo é perdoado.

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The Expendables

De: Sylvester Stallone

Com: Sylvester Stallone, Jason Statham, Mickey Rourke

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Ano: 2010

 

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