29.12.09

Actividade Paranormal


Para começar, uma desilusão. Não é a sério. Vá, não chorem. Podia muito bem ser. Está tudo muito bem feito e bem pensado e bate quase tudo certo para manter a ilusão das imagens reais captadas por gente real numa situação real. Acaba por ser uma espécie de Blair Witch Project retirado da tenda no bosque e trasladado para uma aprazível moradia de classe média-alta que custou muito mais do que o orçamento do filme (propriedade - a casa e não o orçamento do filme - de um casal em início de vida conjugal porque, na América, as árvores dão como fruto rolos de notas de cem dólares). Passando-se em Portugal, a assombração ocorreria num T0, o que destruiria o ambiente de tensão sobrenatural. Quando só há uma porta para se fechar sem explicação aparente (a da casa de banho) e quando se vê a casa toda de qualquer ponto da mesma, não resta grande espaço para a imaginação. Além disso, a canalização teria apodrecido durante as comemorações do fim da Grande Guerra (a segunda, com sorte) e qualquer força que fechasse a porta da casa de banho seria vista com agrado, demoníaca ou não. Estava a falar de quê? Ah, do filme. Pois. Acerca do filme, só me apetece dizer isto: 'Tá-se. Não insistam, por favor.

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Paranormal Activity

De: Oren Peli

Com: Katie Featherston, Micah Sloat, Mark Fredrichs

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Ano: 2007

Trailer

2009 - A retrospectiva abjecta

Os 11 melhores

A Valsa com Bashir
O Estranho Caso de Benjamin Button
Revolutionary Road
Dúvida
Slumdog Millionaire
O Leitor
O Visitante
O Wrestler
Gran Torino
Sacanas Sem Lei
Distrito 9

Surpresas

Appaloosa
This is England
Tyson
Rudo e Cursi
Taking Woodstock
Moon
A Nova Vida do Senhor O' Horten
Zombieland


Desilusões

Vicky Cristina Barcelona
Maradona
The Spirit
Inimigos Públicos
Ponyo à Beira-Mar
O Milagre em Sant'Anna
Avatar


Papelões

Frank Langella - Frost/Nixon
Meryl Streep - Dúvida
Clint Eastwood - Gran Torino
Kate Winslet - O Leitor
Penélope Cruz - Vicky Cristina Barcelona
Mickey Rourke - O Wrestler
Sacha Baron Cohen - Brüno
Sharlto Copley - Distrito 9
Sam Rockwell - Moon

Os títulos (e ante/subtítulos) mais inúteis e imbecis

RocknRolla - A Quadrilha (RocknRolla)
Quem Quer Ser Bilionário? (Slumdog Millionaire)
Religulous - Que o Céu nos Ajude (Religulous)
És o Maior, Meu (I Love You, Man)
Sedução Mortal (All the Boys Love Mandy Lane)
ABC da Sedução (The Ugly Truth)
A Esperança Está Onde Menos se Espera (A Esperança Está Onde Menos se Espera)
Il Divo - A Vida Espectacular de Giulio Andreotti (Il Divo - La Straordinaria Vita di Giulio Andreotti)
Playboy Americano (Spread)

28.12.09

Uns Belos Rapazes


Imaginem o American Pie um pouco menos bardajão, mais próximo da realidade adolescente que nos é familiar (ou que era, antes de ser alterada precisamente por filmes como American Pie e outros sem os mesmos méritos), sem Stiffler e a sua exuberante mãe (mas com outra mãe de exuberância quase idêntica), sem os méritos paternos de Eugene Levy, sem ciberconferências badalhocas e falado em francês. É mais ou menos assim este Uns Belos Rapazes. Ah. E também se pode deixar de lado a tarte sodomizada. Mas não se lhe sente a falta.

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Les Beaux Gosses

De: Riad Sattouf

Com: Vincent Lacoste, Anthony Sonigo, Alice Trémolière

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Ano: 2009

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27.12.09

Avatar


É bonito. Lá isso é. Ou talvez fosse mais correcto chamar-lhe "bonitinho". Os pormenores visuais não conseguirão maravilhar ninguém. Os elementos narrativos cumprem os mínimos e nada mais. Um mérito que terá é o da honestidade. Desde os primeiros minutos que se percebe o que nos espera. Mais uma história de soldados rijos e brutos num ambiente alienígena hostil, habitado por criaturas que lhes são pouco simpáticas. Tão pouco original é a premissa que o próprio James Cameron já a abordou em Aliens, o segundo e pior filme da saga (Não falta sequer a marine hispânica e máscula... Estaremos perante um fetiche?), mas há um twist. Desta vez, os "bons" são os alienígenas e esse é um dos problemas. A obsessão em exibir os exóticos Na'vi e em mostrar de forma nada subtil como são justos, nobres e portadores de uma mensagem ecológica, exemplos perfeitos (ainda que um pouco azuis) do "bom selvagem", sobrepõe-se a tudo o resto. Mas é verdade que, avaliando a qualidade miserável do enredo e dos diálogos e a pobreza generalizada da representação (nem Sigourney Weaver consegue safar-se), não perdemos grande coisa se nos quiserem fazer olhar para o boneco. Ou para os bonecos, que, mesmo sem serem soberbos, não deixarão de ser o melhor que tem um filme com tão pouco de bom. Na versão a três dimensões, a tecnologia é completamente desperdiçada e não só não deslumbra como, durante uma grande parte do filme, nem nos lembramos de que está presente. James Cameron tem dito que levou anos a preparar-se para fazer este Avatar. Não sei bem o que acha que fez. Mas um realizador que viu Titanic ser aclamado como melhor filme do ano estará, sem dúvida, habituado a viver iludido.

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Avatar

De: James Cameron

Com: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver

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Ano: 2009

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16.12.09

A comédia do ano



Ou nem sequer estreará por cá ou, com "sorte", ficará 15 dias em exibição com um título como "Estes Negros São de Estouro!".


Afterschool


Há uma escola, certo? Uma escola particular para miúdos ricos. Depois, há drogas a circular lá dentro. Já sabem como é essa malta com dinheiro, cheia de vícios. Os bolcheviques é que tinham razão. Mas não é só da inofensiva. Também há droga da boa, da dura. Daquela que faz fungar como uma constipação à moda antiga. E há umas miúdas, estão a ver? Miúdas e droga... ó... se pudesse dizer tudo o que sei sobre o assunto. Uma combinação bombástica. Basta dizer isso. E depois morre alguém e encarregam uns miúdos de fazerem uma homenagem fúnebre ou coisa que o valha. É mais ou menos assim. Ah. E sexo. Também há sexo. Mas pouco. Não se pode querer tudo.

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Afterschool

De: Antonio Campos

Com: Ezra Miller, Jeremy White, Addison Timlin

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Ano: 2008

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15.12.09

Robin Hood

Por aqui, não se gosta muito do Russell Crowe, mas parece que há quem goste. E o Ridley Scott ainda não terá perdido o jeito. Assim sendo:


10.12.09

Zombieland


Já se disse e repete-se. A única coisa no mundo que não fica melhor com zombies é a vida real. Filmes incluídos, claro. Até este princípio ser universalmente aceite e aplicado, até todos os filmes, de qualquer género, começarem a incluir mortos-vivos nas suas estruturas narrativas, teremos de nos contentar com esse subgénero já venerando dos filmes de zombies. Agora muita atenção. O que vou dizer a seguir será dito em plena consciência e com a devida vénia a George Romero e a todos os que contribuíram para conferir beleza a cadáveres animados por forças maléficas e movidos por uma insaciável fome de miolos frescos. Cá vai. Como filme de zombies, Zombieland atinge todos os objectivos que poderia atingir com a intensidade de um tiro de caçadeira à queima-roupa. No nariz. E não se contenta em ficar por aí. Pega nos miolos, no sangue, no pus e no muco infecto e embrulha todos esses apetecíveis ingredientes com cuidado, conseguindo construir uma embalagem capaz de agradar até a quem não seja cliente habitual e constituindo-se como um daqueles raros filmes que se ergue acima do seu género. E raios me partam se não consegue reunir no mesmo filme dois dos actores mais cool de todos os tempos.

PS: Sim. Aquilo é um banjo.

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Zombieland

De: Ruben Fleischer

Com: Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Emma Stone

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Ano: 2009

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9.12.09

A Nova Vida do Senhor O' Horten


Há filmes que encantam sem que consigamos explicar porquê. Não só isto é um facto, como também é muito conveniente a quem insista em escrever sobre um filme sem querer ocupar muito tempo com a tarefa. O' Horten visita as salas de cinema nacionais alguns anos depois da estreia mundial, mas o que importa é que aí o temos. E em clima natalício até sabe melhor. Talvez porque a quadra se adequa melhor ao frio escandinavo ou por se tratar de um filme oriundo do mesmo país de onde nos chega a iguaria de consoada por excelência. E agora, porque me lembrei do bacalhau que é urgente pôr de molho, passo o teclado ao meu correspondente internacional, Halvard, o troglodita hermafrodita de Trondheim:

Hallo. Jeg ønsker å gjøre det helt klart at jeg ikke godkjenne alt som ble sagt i forrige linjer. Jeg er bare her fordi jeg trengte pengene. Julen kommer, og jeg bestemte meg for å endelig behandle meg til min drøm bryster. Den pikk skal bo ... for nå.

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O' Horten

De: Bent Hamer

Com: Bård Owe, Espen Skjønberg, Ghita Nørby

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Ano: 2007

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3.12.09

Capitalismo: Uma História de Amor


Triste sina a de Michael Moore. Capitalismo: Uma História de Amor é o mais sério dos seus filmes, desde que Bowling for Columbine lhe trouxe fama mundial. Sem se afastar do estilo habitual (de documentarista que não hesita em moldar os factos e as situações à sua opinião pessoal, mesmo que seja preciso enfiá-los num torno, sentar-se em cima deles ou mastigá-los e regurgitá-los já meio digeridos e vagamente reconhecíveis), o retrato que faz do momento em que as finanças internacionais foram para o galheiro e das consequências para ricos, pobres e remediados é quase sempre lúcido, moderado e muito sentido. Por outro lado, isso faz com que Capitalismo: Uma História de Amor seja também uma espécie de Fahrenheit 9/11 sem molho.

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Capitalism: A Love Story

De: Michael Moore

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Ano: 2009

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Julie e Julia


Em 2002, Julie Powell decidiu passar um ano a cozinhar as 524 receitas de Mastering the Art of French Cooking, obra-prima de Julia Child, uma espécie de Maria de Lourdes Modesto americana e com menos jeito para fazer dobrada. Ou seja, Julie Powell deve ser uma pessoa mesmo muito aborrecida. Estranhamente, porque o mundo tem destas coisas, o filme adaptado do livro em que relata esta experiência "fascinante" não é tão aborrecido como a sua inspiradora. E até serve para abrir o apetite. Ou para acabar com ele, no caso das cenas da lagosta e do aspic.

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Julie & Julia

De: Nora Ephron

Com: Meryl Streep, Amy Adams, Stanley Tucci

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Ano: 2009

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2.12.09

O Milagre em Sant'Anna


Spike Lee aproveitou o díptico de Clint Eastwood sobre a Segunda Guerra Mundial (As Bandeiras dos Nossos Pais e Cartas de Iwo Jima) para acusar o actor/realizador veterano de ter feito filmes demasiado brancos, ignorando por completo a participação de soldados negros americanos no conflito. O Milagre em Sant'Anna, a sua primeira incursão na recriação do período, não padece do mesmo defeito, baseando-se nas acções da 92ª Divisão de Infantaria, unidade composta por soldados afro-americanos, durante a libertação da península italiana. Não padece desse, mas padece de muitos outros. A ponto de se recear que o talentoso realizador tenha sido contagiado pelo mesmo vírus que afectou Woody Allen nos últimos anos e o faz assinar trampa embaraçosa atrás de trampa embaraçosa. Pense-se em She Hate Me, por exemplo. Ou no inenarrável Bamboozled. São sintomas preocupantes. Valem-lhe Inside Man e 25th Hour para alimentar a esperança dos seus admiradores. Clint Eastwood 2, Spike Lee 0

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Miracle at St. Anna

De: Spike Lee

Com: Derek Luke, Michael Ealy, Laz Alonso

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Ano: 2008

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18.11.09

Os Sorrisos do Destino


É curioso que um filme onde os telemóveis desempenham um papel tão importante consiga ter menor interesse do que um qualquer sms. E é pena que Fernando Lopes, o homem que fez Belarmino e O Delfim, precise de brincar aos filmes. Porque Os Sorrisos do Destino não passa disso, de uma valente partida de mau gosto pregada ao espectador, com o seu argumento patético que parece querer dizer tudo e acaba por não dizer nada e com as tentativas frustradas dos actores para não fazerem figura demasiado triste quando se vêem forçados a debitar linhas de diálogo cuja banalidade roça os limites do tvi-novelismo. Para não falar na abordagem que se faz às tecnologias comunicacionais, que saltita da suspensão da descrença para a idiotia. Mas nem tudo é mau. Pelo menos, a duração não chega às duas horas.

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De: Fernando Lopes

Com: Rui Morrison, Ana Padrão, Milton Lopes

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Ano: 2009

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Moon


Se, um dia, me deparasse com alguém exactamente igual a mim, não apenas por fora, mas também por dentro, procurava uma grande pedra, um pau ou qualquer coisa que pudesse usar como arma contundente e não descansava até voltar a existir apenas um. Não por qualquer inspiração Highlander, mas porque considero que o mundo, com todos os seus defeitos, não merece ter duplicados de alguns dos seus habitantes. O astronauta Sam Bell não teve a mesma reacção. Talvez por ser melhor pessoa ou, possivelmente, por não estar no mundo, mas sim no seu satélite natural, operando sozinho uma futurista central energética. Moon, longa-metragem de estreia de Duncan Jones, filho de um tal David Bowie, que me dizem ter algum talento para a cantiga, é um aproveitamento incrivelmente eficaz de um conjunto muito limitado de elementos, maximizando-os num dos melhores e mais originais filmes de ficção científica dos últimos anos, assentando em grande parte sobre o pilar do desempenho múltiplo de Sam Rockwell e com uma escolha perfeita de Kevin Spacey para dar voz ao prestável companheiro robótico.

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Moon

De: Duncan Jones

Com: Sam Rockwell, Kevin Spacey, Dominique McElligott

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Ano: 2009

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Os Irmãos Bloom


Não se percebe por que motivo Mark Ruffalo faz filmes. Sobretudo quando parece ser escolhido por gente perfeitamente competente para passear a sua canastrice por filmes que, mesmo assim, conseguem ser perfeitamente decentes. É um daqueles mistérios do universo. Tal como perceber o que impede o nariz de Adrien Brody de sucumbir à gravidade. Mesmo com o "contributo" de Mark Ruffalo (e com as grandes prestações do nariz de Adrien Brody, mais uma, de Rachel Weisz e de uma silenciosa e sempre surpreendente Rinko Kikuchi), o realizador Rian Johnson conseguiu fazer de Os Irmãos Bloom, um agradável filme de "golpada" à moda antiga, seguindo as peripécias de dois irmãos vigaristas ao longo de um enredo com muitos nós, que acabam por ser, quase sempre, desatados com jeitinho. No entanto, não conseguiu evitar que, demasiadas vezes, o resultado final se pareça com uma sucessão de rábulas, sem haver entre elas uma transição suave. Quem não gostar, pode divertir-se a tentar encontrar a bandeira portuguesa que esvoaça pelo nosso orgulho patriótico algures a meio do filme.

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The Brothers Bloom

De: Rian Johnson

Com: Adrien Brody, Rachel Weisz, Rinko Kikuchi

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Ano: 2009

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7.11.09

Os Substitutos


Não deveria ser difícil adaptar banda desenhada ao cinema. Está tudo lá. O visual, as personagens, os planos, os diálogos, as situações. Tudo condensado em páginas quadriculadas para conveniência do senhor realizador. Não deveria. Note-se o condicional. Porque têm sido muito comuns os exemplos de realizadores que, mesmo assim, conseguem asneirar. Talvez porque não seja tão fácil? Talvez por serem umas bestas? Talvez pelos dois motivos. Quem sabe... Não foi o que se passou com Os Substitutos, felizmente. A excelente banda desenhada de Robert Venditti e Brett Weldele é adaptada de forma competente, ainda que a abordagem apenas cumpra os mínimos exigíveis e com alterações ao enredo que, nalguns casos, se compreendem pelos constrangimentos próprios de uma nova linguagem e, noutros, serão apenas concessões perfeitamente dispensáveis a fórmulas do costume.

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Surrogates

De: Jonathan Mostow

Com: Bruce Willis, Radha Mitchell, Ving Rhames

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Ano: 2009

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4.11.09

São Valentim Sangrento 3D


Convém referir uma das poucas máximas universais do cinema. Qualquer coisa fica melhor a três dimensões. Qualquer coisa. Até um filme do Joaquim Leitão. Posto isto, diga-se que My Bloody Valentine 3D não é grande coisa como filme. Remake de um filme canadiano de 1981 com o mesmo título (mas sem o 3D anexo ao fim), um de incontáveis bacanais de sangue, miolos e adolescentes a terem as suas aventuras sexuais interrompidas por psicopatas mascarados e equipados com armamento original (motosserras, luvas com facas em vez de dedos etc) que marcaram uma época e entre os quais se contam alguns clássicos memoráveis. Este em particular, em que o psicopata de serviço é um mineiro maldisposto, tornou-se célebre pelos cortes exaustivos da censura às cenas mais violentas, o que lhe conferiu apelo acrescido. Quase três décadas depois, lá nos sentamos a ver a mesma história de sempre, homicídio após homicídio, sempre à espera de ver o assassino saltar de repente de um canto escuro, tentando perceber que nefasta motivação poderá justificar as suas acções... Mas fazemo-lo a três dimensões. E é difícil que alguém se preocupe com preciosismos qualitativos quando se está a esquivar a golpes de picareta que saem do ecrã.

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My Bloody Valentine 3D

De: Patrick Lussier

Com: Jensen Ackles, Jaime King, Kerr Smith

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Ano: 2009

Trailer

Trailer de Prince of Persia - The Sands of Time



Pronto... agora o trailer a sério.

Não um anfitrião para os Óscares, mas sim dois (toma lá, Wolverine!)


O primeiro já por lá passou e o segundo, depois da brilhante prestação na série 30 Rock, faz esperar uma noite em grande. Aprovado.

30.10.09

O Delator!


Filme sobre a desonestidade empresarial (fenómeno inexistente no nosso país), baseado em acontecimentos reais. Mark Whitacre é um adorável bipolar de honestidade tão oscilante como a sua disposição. Matt Damon é um actor em plena forma que transporta o filme às costas. Scott Bakula é outro actor, caído de repente em O Delator! depois de um salto quântico que o transportou directamente de uma série televisiva do início dos anos 90. Steven Soderbergh é um realizador que, no seu melhor, consegue fazer filmes aceitáveis apesar de alguma secura e, no seu pior, não. E eu sou o Renato. Prazer.

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The Informant!

De: Steven Soderbergh

Com: Matt Damon, Scott Bakula, Joel McHale

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Ano: 2009

Trailer
 

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